Colecção Thesis

Entre o Conceito e a Imagem. O lugar da Psicanálise na obra de Gaston Bachelard
Ana Gaspar
Lisboa: CFCUL, Colecção Thesis 5, 2010, 157 pp.

Bachelard é um pensador da rêverie, seja na epistemologia – onde a rêverie será combatida até aos limites últimos do racionalismo – seja na poética – onde a rêverie será acolhida na liberdade de sonhar. Isto interessa à psicanálise. O psicanalista também é um explorador de rêveries e, como Bachelard, também ele distingue as rêveries: umas, carregadas de forças recalcadas que se repetem em pequenas doses tóxicas, sempre conhecidas, saturadas – como se a vida não passasse de quatro paredes – e outras (ah, essas!), solitárias, frias ou afogueadas (não interessa), que entram repentinamente na carne e logo trazem uma sensação súbita de unidade, uma sensação de inteiro num rasgo de tempo – um tempo poético. Se há que curar os pensamentos que pensam mal, diria Bachelard (e é uma parte para isso que se paga ao psicanalista), há também que aprender a sonhar (e isso não tem preço): “Somos criados e limitados pelos nossos sonhos pois são eles quem desenha os últimos confins do nosso espírito” (La psychanalyse du feu). Talvez seja por isso que “sofremos pelos sonhos e curamo-nos pelos sonhos” (L’eau et les rêves). Precisamos desta suposta contradição. Precisamos de ser alquimistas que sonham os pensamentos.

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Electrões inobserváveis e estrelas invisíveis. Em torno do problema do realismo em ciência: Bas C. van Fraassen versus Alan Musgrave
Cláudia Ribeiro
Lisboa: CFCUL, Colecção Thesis 4, 2009, 240 pp.
O sucesso da ciência durante os últimos séculos é inegável. Qual a chave para compreender esse sucesso? Será que ele é conseguido através de uma relação privilegiada da ciência com a realidade? A ciência terá acesso a um mundo independente da nossa mente? Conseguirá perceber, de facto, o que se passa no reino das entidades inobserváveis? Ou serão essas entidades apenas uma ficção útil que, embora bem sucedida, pode não corresponder à realidade? Abordando o debate em torno do realismo em ciência, e focando sobretudo as posições opostas de Bas C. van Fraassen e Alan Musgrave, este trabalho propõe um regresso a essa questão apaixonante, à luz dos novos desenvolvimentos da ciència e da reflexão filosófica que se tem produzido nas últimas décadas.

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Metamorfoses do conceito de abdução em Peirce. O exemplo de Kepler.
Ana Paula Silva
Lisboa: CFCUL, Colecção Thesis 3, 2009, 269 pp.
Charles Sanders Peirce (1839-1914) foi, depois de Leibniz, o mais convicto defensor da possibilidade de uma lógica da descoberta (Pombo, 1997). A "ars inveniendi" era para ele "o método dos métodos", "a verdadeira e mais digna ideia da ciência" (CP 7.59). Peirce acreditava que "a produção de um método para a descoberta de métodos era um dos maiores problemas da lógica" (CP 3.364). Consequentemente, encarava o processo de formação e selecção de hipóteses como susceptível de análise lógica. De tal modo que afirmava: "cada grande passo em ciência constitui uma lição de lógica" (CP 5.363).
É no âmbito da investigação sobre a possibilidade de uma lógica da descoberta que Peirce introduz o conceito de abdução. Trata-se de um conceito extremamente poderoso e fecundo que Peirce oferece à comunidade de investigação universal. Conceito que, ele só, permitiria imortalizar o nome de Peirce e ao qual a filosofia da ciência posterior tem vindo a dedicar uma atenção crescente.

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A imagem-sensação: Deleuze e a pintura
Nuno Carvalho
Lisboa: CFCUL, Colecção Thesis 2, 2009, 99 pp.

Se o conceito de imagem é transversal na obra de Gilles Deleuze, dificilmente os seus avatares poderão ser encerrados sob a homogeneidade de um único conceito. Uma análise da sua obra faz sobressair três campos principais, embora interrelacionados, que recorrem à utilização de um conceito de imagem, mas que no mesmo movimento fazem surgir as suas diferentes e por vezes irredutíveis configurações: a imagem enquanto imagem de pensamento, as imagens picturais e as imagens cinematográficas. A que se deve acrescentar o que Deleuze diz sobre a imaginação, enquanto faculdade produtora de imagens, tanto em mote próprio quanto como comentador da história da filosofia; e sobre o imaginário, enquanto lugar onde se intersectam a faculdade de produzir imagens e o desejo. Por fim, deverão ainda ser tomadas em consideração a teoria da imagem como simulacro, a teoria da imagem fotográfica apresentada no livro sobre Kafka e as aproximações ao conceito de imagem no estudo sobre Beckett.

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A Teoria de Oparin sobre a Origem da Vida. Uma Abordagem no Quadro da História e Filosofia das Ciência.
Helena Abreu
Lisboa: CFCUL, Colecção Thesis 1, 2007, 328 pp.

Sabemos que a ciência é um movimento de ruptura com os mitos, as superstições, o senso comum. Ora, na sua enorme audácia, a ciência interrogou, não só o presente das coisas e dos seres, o funcionamento, como também o seu passado, origem. E sabemos que nas explicações que a ciência procura a Divindade não pode ter qualquer lugar. Assim, recusando a priori a ideia de Criação, e procurando insistentemente as causas naturais dos fenómenos, os cientistas iniciaram um caminho que, lenta mas progressivamente, continuam ainda hoje a trilhar: o conhecimento dos processos pelos quais naturalmente se originou no passado tudo o que existe no presente: o Universo, a Terra, a Vida, o Homem.

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